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Psicopatas Eles Estão Entre Nós

          

Os psicopatas são falantes, charmosos, simpáticos, sedutores, capazes de impressionar e cativar rapidamente qualquer pessoa. Sua capacidade de “parecer bonzinho, educado e inofensivo é impecável”. É a pessoa perfeita, aquela que você menos desconfia ser um psicopata. Tudo isso é uma fachada, como um teatro muito bem engendrado para esconder suas características perturbadoras: a incapacidade de se adaptar às normas sociais com respeito a comportamentos dentro da lei ou da ética social, indicado pela repetição de atos criminosos. A capacidade de enganar, através de mentiras repetidas a fim de obter lucro pessoal ou prazer. Desrespeito e imprudência pela sua própria segurança e dos outros. Irresponsabilidade, indicada por falhas repetidas na manutenção do trabalho ou honrar suas obrigações financeiras. A falta total de remorso ou culpa por ter ferido, maltratado, roubado, enganado ou mesmo matado outras pessoas. Eles são inteligentes, mas insensíveis, frios, manipuladores e sua capacidade de fingir sentimentos é perfeita. Se descobertos, são mestres em inverter o jogo, colocar-se no papel de vítima ou tentar convencer de que foram mal interpretados. E estão conscientes de todos os seus atos.

Assim os psiquiatras e psicólogos os descrevem. Este perfil assombroso é absolutamente realista. Os psicopatas são o extremo mais grave dos que apresentam “distúrbio de personalidade anti-social” (DPA). A possibilidade de você já ter encontrado um em seu caminho é grande, pois pelas estatísticas da Organização Mundial da Saúde uma em cada 100 pessoas uma é sociopata em maior ou menor grau, 1% a 4% da população mundial.

Não existe defesa segura contra eles. Segundo os psiquiatras e psicólogos muitos atos cometidos com crueldade atuais ou não, podem ter origem nesse mal. O grande desafio é reconhecê-los, devido a capacidade de enganar com perfeição e dizer exatamente o que você quer ouvir. Você só descobre que cruzou o caminho de um psicopata, após ter sido prejudicado por ele.

O psicopata não é exatamente um doente mental, mas sim um ser que se encontra na divisa entre sanidade e a loucura. O ser humano normal é movido pelo triangulo: razão, sentimento e vontade. O que move um psicopata é: razão e vontade ou seja o que os move é satisfazer plenamente seus desejos, mesmo que isso envolva crimes como: golpes financeiros, roubos, furtos, estupro ou assassinato. Não importa, já que para eles não existe o fato: sentimento. Eles já foram descritos como seres desprovidos de “alma”.

Sou uma leiga falando sobre o assunto, mas já li muito sobre ele, pois me atingiu quando meu filho foi assassinado por um, passei muito tempo lendo e tentando entender o que aconteceu e como eu não vi o perigo. Há muito tempo se estudam os psicopatas, mas o Dr Hervey Milton Cleckley (1903 a 1984) foi quem fez o primeiro estudo mais aprofundado sobre o assunto, considerando a psicopatia como doença mental, mas sem os típicos sintomas das outras psicoses. Cleckley criou uma lista de características apresentadas pelos psicopatas:

1.       Aparência sedutora e boa inteligência.

2.       Ausência de delírios e de outras alterações patológicas do pensamento.

3.       Ausência de “nervosidade” ou manifestações psico neuróticas.

4.        Não culpabilidade.

5.       Desprezo para com a verdade e insinceridade.

6.       Falta de remorso ou culpa.

7.       Conduta anti-social não motivada pelas contingências.

8.       Julgamento pobre e falha em aprender através da experiência.

9.       Egocentrismo patológico e incapacidade de amar.

10.   Pobreza geral na maioria das reações afetivas.

11.   Perda especifica de insight (compreensão interna).

12.   Não reatividade afetiva nas relações interpessoais em geral.

13.   Comportamento extravagante e inconveniente, algumas vezes sob a ação de bebidas, outras não.

14.   Suicídio raramente praticado.

15.   Vida sexual impessoal, trivial e mal integrada.

16.   Falha em seguir qualquer plano de vida.

 

       Cleckley diz que o psicopata causa boa impressão às pessoas e raramente é tido como uma pessoa problemática, doente ou dissimulada. Ele tem a aparência de uma pessoa normal, de bom senso e raciocínio, inteligente e lógico, seus argumentos são muito bem construídos e tem firmeza ao falar. A impressão que ele passa é de uma pessoa articulada e bem sucedida. Ele conta histórias de coisas que fez, onde estudou, onde trabalhou e etc ...com riqueza de detalhes, mas que na realidade nunca existiram. Ao examinar o seu comportamento mais a fundo vemos que ele é irresponsável, não cumprindo os compromissos assumidos, seja um compromisso do dia-a-dia ou mais sério. Quando ele é confrontado com a descoberta de suas mentiras ou dissimulações, isso não lhe causa nenhum constrangimento e não influencia de maneira alguma suas atitudes. Ele tem total desconsideração pela verdade, mente de forma absolutamente convincente. Ele não sente nenhuma culpa pelo que causa as pessoas ao seu redor, quando pego ele tende a colocar a culpa em outros ou ainda culpar as suas próprias vítimas. Quando mostra algum tipo de remorso ou culpa, é porque lhe convém no momento para tirar alguma vantagem, e é absolutamente superficial. Mesmo tendo uma inteligência acima da média, existe a incapacidade de aprender com o que lhe acontece, o que ele realmente aprende é como enganar, mentir e dissimular de forma mais consistente, ele é um verdadeiro camaleão, se tornando o que as suas vítimas querem ver, por este motivo nenhum tipo de tratamento, seja com psiquiatra ou psicólogo funciona com ele, e muito menos qualquer tipo de punição.

 

         O egocentrismo e narcisismo são características marcantes no psicopata, ele pode até manter um relacionamento afetivo, mas a sua ideia de amor é a mesma que as pessoas normais teriam por algum objeto seu, um sentimento de posse. Para ele o ser em questão lhe pertence, assim como seu carro ou seu celular, por isso ele não se importa em causar dor e sofrimento a esta pessoa, ele não tem empatia, ou seja, não tem a capacidade de se colocar no lugar do outro. Mas o psicopata não apresenta o tempo todo uma conduta anti-social, ele passa por períodos em que faz as coisas normalmente, como estudar, trabalhar, pagar contas ou até manter um relacionamento, mas estes períodos são de duração imprevisível.

   Mais recentemente, o Dr Robert Hare iniciou um estudo dos psicopatas quando trabalhou em um presídio no Canadá, depois junto com seus alunos de pós-graduação aprofundou o mesmo, ele é considerado hoje como o maior especialista e referencia mundial no estudo e classificação da psicopatia. Através destes anos e estudos ele criou o “Psychopathy Checklist(avaliação de psicopatia), que é usado mundialmente como ferramenta para avaliar e identificar o perfil psicopata.

Fator 1. Interpessoal/afetivo

·        Narcisismo agressivo

·        Grandioso senso de auto estima

·        Mentira patológica

  •  

·        A falta de remorso ou culpa

·        Emocionalmente superficial/egocentrico

·         Insensibilidade/falta de empatia

·        Incapacidade deaceitar a responsabilidade por suas próprias ações

 

Fator 2. Estilo de vida/anti-social

 

·        Necessidade de estimulação/tendência ao tédio

·        Estilo de vida parasitária e socialmente desviante

·        Controle comportamental pobre

·        Falta de metas realistas de longo prazo

  •  

  •  

·        A delinquência juvenil

·        Problemas comportamentais precoces

·        Revogação da liberdade condicional

·        Versatilidade criminal

 

Traços não correlacionados com qualquer fator:

 

·        Comportamento sexual promiscuo

·        Muitos relacionamentos de curto prazo (marital)

·        Sociopatia comportamental/condicionamento sociológico (ou seja, um traço recentemente identificado, uma pessoa baseando-se em estratégias e truques para enganar sociólogos e psicólogos, adquirida).

*Embora a lista do Dr Hare seja uma ferramenta para identificar os psicopatas, seu criador diz que ela serve também de instrumento para avaliar a personalidade das pessoas. Quanto mais alta a pontuação mais problemática ela pode ser, por isso ela é usada profissionais da área, em clinicas, em pesquisas e por psicólogos forenses. A escala Hare PCL-R é composta por: Manual de critérios para pesquisa, Caderno de pontuação, Roteiros para entrevistas e informações e Protocolos. Consulta no site do Dr. Robert Hare: http://www.hare.org/index.html

O Dr Robert Hare, os caracteriza como "predadores intra-espécies que usam charme, manipulação, intimidação e violência para controlar os outros e para satisfazer suas próprias necessidades. Em sua falta de consciência e de sentimento pelos outros, eles tomam friamente aquilo que querem, violando as normas sociais sem o menor senso de culpa ou arrependimento." Os próprios psicopatas se descrevem como "predadores" e sentem orgulho disto.

O psicopata não apresenta sintomas de outras doenças mentais, tais como neuroses, alucinações, delírios, irritações ou psicoses. Eles apresentam um comportamento tranquilo quando interagem com a sociedade, geralmente possui uma considerável presença social, é considerado o sujeito "descolado". Não é incomum, eles se tornarem líderes sociais de seus grupos. Muito poucas pessoas, mesmo após um contato duradouro com o psicopata, são capazes de imaginar o seu "lado negro", o qual a maioria dos psicopatas é capaz de esconder com sucesso durante ums vida inteira, levando a uma dupla existência. Vítimas fatais de psicopatas violentos percebem seu verdadeiro lado apenas alguns momentos antes de sua morte.

Graças aos céus os psicopatas que matam, estupram e torturam não são os mais frequentes. O mais comum é o tipo parasita: aquele que se dedica a atormentar e dar golpes em suas vítimas sem nunca atentar fisicamente contra elas. Políticos corruptos, líderes autoritários, pessoas agressivas e que abusam da sua confiança, etc... Uma característica comum aos psicopatas é a de usarem sistematicamente a enganação e manipulação de outros visando ganhos pessoais. Um estudo epidemiológico do NIMH (National Institute of Mental Health) registrou que somente 47% daqueles que eram psicopatas tinham uma história de processo criminal significativo. O mais comum para estes são problemas no trabalho (é aquele colega que manipula a chefia e os outros, que "puxa o tapete" dos demais agindo sempre pelos "bastidores"), violência doméstica, tráfico e dificuldades conjugais severas. Normalmente os indivíduos com este distúrbio de personalidade são ciumentos, possessivos, irritáveis, argumentadores e intimidadores. Seu comportamento frequentemente é rude, imprevisível e arrogante. Quando detido em presídios, geralmente é o detento que manipula os outros e engendra as rebeliões, mas ele mesmo nunca se coloca "na frente", pois isso seria prejudicial a ele ao pedir uma progressão de pena ou outro benefício e ele sabe bem disso. Outro fato comum entre os psicopatas que estão detidos é demonstrar "culpa", "remorso" e "arrependimento", porque ele sabe que isso será necessário para conseguir benefícios, mas isso é superficial, na verdade ele esta manipulando. Não é incomum o psicopata se "converter" a uma religião, ou virar um líder religioso, um pastor ou coisa do gênero durante seu tempo no presídio, mas isso também é um comportamento usado para obter diminuição de pena e outras regalias. Na literatura especializada, vemos muitos relatos de psicólogos e profissionais da área que constataram que os psicopatas liam sobre psicologia, se especializando em testes aplicados e nas respostas corretas para cada item deles. Há casos de presos psicopatas que cobravam de outros presos para lhes ensinar como agir e responder as questões em entrevistas com os psicólogos do presídio e também o mesmo diante de uma junta para obter liberdade condicional. Estima-se que no Brasil, 20% da população carcerária tenham algum grau de psicopatia e existem entre a população comum em torno de 5 milhões de pessoas com este diagnóstico, a grande maioria não é violenta e os encontramos no cotidiano entre os políticos que desviam verbas publicas e usam seus cargos para vantagem própria, empresários que usam quaisquer meios para encher seus bolsos, médicos que tem descaso pelos seus pacientes, amigos que se aproveitam da sua amizade para vantagem pessoal, colegas de trabalho que te puxam o tapete e etc....

Dr Robert Hare: "É enorme o sofrimento social, econômico e pessoal causado por algumas pessoas cujas atitudes e comportamento resultam menos das forças sociais do que de um senso inerente de autoridade e uma incapacidade para conexão emocional do que o resto da humanidade. Para estes indivíduos - os psicopatas - as regras sociais não são uma força limitante, e a idéia de um bem comum é meramente uma abstração confusa e inconveniente".

Dr Robert Hare: “Eles andam pela sociedade como predadores sociais, rachando famílias, se aproveitando de pessoas vulneráveis, deixando carteiras vazias por onde passam”.

Dr Robert Hare : “O psicopata é como o gato, que não pensa no que o rato sente – se o rato tem família, se vai sofrer. Ele só pensa em comida. Gatos e ratos nunca vão se entender. A vantagem do rato sobre as vítimas do psicopata é que ele sempre sabe quem é o gato”.

Dr Robert Hare: “Um psicopata ama alguém da mesma forma como eu, digamos, amo meu carro – e não da forma como eu amo minha mulher. Usa o termo amor, mas não o sente da maneira como nós entendemos. Em geral, é um sentimento de posse, de propriedade. Se você perguntar a um psicopata por que ele ama certa mulher, ele lhe dará respostas muito concretas, tais como “porque ela é bonita”, “porque o sexo é ótimo” ou “porque ela está sempre lá quando preciso”. As emoções estão para o psicopata assim como está o vermelho para o daltônico. Ele simplesmente não consegue vivenciá-las”.

Em casos mais graves o psicopata pode praticar canibalismo, rituais sádicos de tortura e assassinatos, inclusive os em série. Há um consenso que as formas extremas de psicopatia violenta são bem mais, mas seus portadores devem ser confinados em celas especiais para criminosos insanos por toda a vida.

Dr Robert Hare: “O psicopata é incurável, pelos meios tradicionais de terapia. Pegue-se o modelo-padrão de atendimento psicológico nas prisões. Ele simplesmente não tem nenhum efeito sobre os psicopatas. Nesse modelo, tenta-se mudar a forma como os pacientes pensam e agem estimulando-os a colocar-se no lugar de suas vítimas. Para os psicopatas, isso é perda de tempo. Ele não leva em conta a dor da vítima, mas o prazer que sentiu com o crime. Outro tratamento que não funciona para criminosos psicopatas é o cognitivo – aquele em que o psicologo e paciente falam sobre o que deixa o criminoso com raiva, por exemplo, a fim de descobrir o ciclo que leva ao surgimento desse sentimento e, assim, evitá-lo. Esse procedimento não se aplica aos psicopatas porque eles não conseguem ver nada de errado em seu próprio comportamento”.

Está comprovado que no cérebro dos psicopatas o sistema límbico, responsável pelas emoções não funciona como deveria, por isso eles não apresentam emoções. Para eles, não existe diferença entre uma cena de um assassinato ou de uma bela paisagem. Em pessoas normais o sistema límbico reage ao ver uma cena de estupro, violência ou morte, mas para os psicopatas isso não acontece. A atividade cerebral não se alterava, independentemente do que veja. A racionalidade deles é tamanha que não são pegos em detectores de mentira. Não há tratamento. Psicoterapia, psicanálise podem até ensiná-los a manipular com ainda mais maestria, uma vez que aprendem detalhes sobre o comportamento humano. Eles não têm o tipo mais comum de comportamento agressivo, que é o da violência acompanhada de descarga emocional (geralmente raiva ou medo) e nem ativação do sistema nervoso simpático (dilatação das pupilas, aumento dos batimentos cardíacos e respiração, descarga de adrenalina, etc). Seu tipo de violência é similar à agressão predatória, que é acompanhada por excitação simpática mínima ou por falta dela, e é planejado, proposital, sem emoção ("a sangue-frio"). Isto está correlacionado com um senso de superioridade, de que eles podem exercer poder e domínio irrestrito sobre outros, ignorar suas necessidades e justificar o uso de quaisquer meios para alcançar seus ideais e evitar consequências adversas para seus atos.

Diagnosticar um psicopata não é tarefa fácil, pois o psicopata pode ludibriar, não porque ele seja um superdotado, mas o fato é que ele usa 100% de rendimento de sua inteligência. Explicando: eles não se afligem com nada, não existe nele a catatimia (que é a interferência da emoção sobre a razão ou seja, eles não tem os “brancos” que as pessoas normais tem ao enfrentar uma situação de estressante). O psicopata desconhece este tipo de reação, veja o exemplo de políticos que mentem e manipulam de maneira cínica, sempre sorrindo, sem nunca perder “a linha de raciocínio”.

 Sobre o ambiente em que o psicopata cresce, se o influencia, o Dr Hare diz que na década de 20, John B. Watson, estudioso de psicologia comportamental dizia que, os indivíduos ao nascer eram como páginas em branco, que o ambiente determina tudo, ou seja, as condições sociais, econômicas, afetivas e físicas, incluso o tratamento que receberam dos pais, como foram educados, que amigos teve, se foi bem alimentado, etc. Os adeptos desta linha de pensamento diziam e ainda afirmam que basta injetar dinheiro em programas sociais, dar comida, estudo e trabalho para se resolver o problema psicológico e criminal. Hoje sabemos que isso é utopia, porque mesmo fazendo tudo isso, os psicopatas estarão ai e a criminalidade idem.

Nas crianças e jovens a psicopatia começa a ser detectada logo cedo, quando a criança ou jovem apresenta uma persistente incapacidade de empatia pelos outros seres que convivem com ele, mesmo estes estando feridos ou com dor. O mau comportamento aliado a crueldade com animais, com outras crianças ou jovens. Segundo os pesquisadores e estudiosos do assunto, é possível identificar traços de psicopatia em crianças a partir dos 3 anos de idade, outros que só é possível detectar quando a personalidade esta formada. Stephen Scott, professor do Instituto da Psiquiatria de Londres e especialista em saúde e comportamento infantil, diz que o diagnóstico de psicopatia em crianças pode sim, ser feito a partir dos 3 anos de idade, porque as crianças psicopatas compartilham dos mesmos comportamentos dos adultos psicopatas. Os principais indícios que um menor sofre de psicopatia são:

  • Mentir o tempo todo, com mentiras cada vez mais elaboradas

  • Tentar manipular emocionalmente ou chantagear

  • Roubar

  • Praticar maldade contra irmãos e amigos e não se arrepender

  • Maltratar, torturar e até matar animais

  • Não tolerar frustração

  • Explodir ao ser contrariado

  • Culpar os outros por seus atos

  • São bastante egocêntricos

  • Não tem solidariedade

  • Tem dificuldade em construir amizades verdadeiras

  • São arrogantes até com os pais

  • Demonstram prazer ao ferir ou humilhar alguém

  • Cometem atos de vandalismo

As perguntas que não querem calar, são: - O que fazer com um psicopata que cometeu um crime? Ele pode ser novamente colocado em convívio com a sociedade?

Já que é consenso entre os psiquiatras, psicólogos, especialistas e pesquisadores do assunto que não existe cura ou tratamento que funcione com o psicopata, tem que se criar mecanismos que evitem que este individuo, que tem um grau de psicopatia grave e cometeu crimes volte ao convívio social, pois é certo que ele vai causar mais danos onde passar. Em 2004, a psicóloga forense Hilda Morana levou aos deputados e senadores em Brasília um projeto para que se criassem prisões especiais para os psicopatas, mas o projeto não foi aprovado e hoje nos presídios brasileiros não existem procedimentos diferenciados para os detentos que sofrem de psicopatia e muito menos um diagnóstico para evitar que o psicopata obtenha progressão de pena (liberdade condicional ou semi liberdade) e ou benefícios como indultos (saídas autorizadas em dias comemorativos, ex.: natal, dia dos pais e etc). Tão pouco existem testes ou mecanismos para evitar que os psicopatas entrem nas profissões que mais lhes atraem, a saber: carreira política, polícia, guarda municipal e grandes empresas. Eles são atraídos por profissões lhes tragam algum "poder", é da natureza narcisista e egocêntrica deles.

No cinema mundial existem alguns exemplos de psicopatas: Norman Bates em Psicose, Max Cady em Cabo do Medo, Annie Wilkes em Louca Obsessão, John Doe em Seven, Anton Chigurh em Onde os Fracos Não tem Vez, Coringa em Batman, Hannibal Lecter em O Silêncio dos Inocentes.

Psicopatas na história mundial: Jeffrey Dahmer, Ted Bandy, Charles Manson, Richard Ramirez, O Zodíaco (nunca pego ou identificado), John Wayne Gacy Junior (o palhaço assassino – “IT” do livro do Stephen King da vida real), Jack o Estripador (nunca pego ou identificado). Pedro Alonso Lopes (Colombiano acusado de mais de 300 assassinatos), Henry Lee Lucas, Robert Pickton, Erzsebet Bathory (Condessa húngara matou não menos de 650 pessoas durante seus 54 anos de vida), Adolph Hitler, Udai Hussein (filho de Sadan Hussein que mandava torturar jogadores de futebol e cometia atos de sadismo), Dr Josep Mengele (conhecido como Anjo da Morte no campo de concentração de Auschwitz durante a segunda guerra mundial), Dra Herta Oberheuser (Alemanha durante a segunda guerra mundial).

Na história brasileira: Suzane Louise von Richthofen, Guilherme de Pádua, Champinha, Francisco de Assis Pereira (O Maníaco do Parque), Francisco Costa Rocha (Chico Picadinho).
 

No Brasil ainda temos um agravante no item psicopatas, se os mesmos forem “Di Menor” ao serem descobertos, devido as leis brasileiras o menor pode ficar no máximo três anos detido, o que na maioria das vezes não ocorre.

Para exemplificar isso: Champinha.


Champinha (Roberto Aparecido Alves Cardoso) tinha 16 anos quando idealizou o crime que resultou na morte de Liana Friedenbach e Felipe Caffé. Além de estuprar e executar pessoalmente Liana, ele comandou a quadrilha, formada por outros criminosos entre 32 e 50 anos. Champinha e Pernambuco, 32 anos estavam caçando próximo ao sítio do Leme, onde o casal estava acampando. Vendo o casal, Champinha teve a ideia de cometer o crime, segundo policiais que o ouviram na época, ele achou Liana bonita e isso chamou sua atenção. Ele rasgou a barraca onde os dois estavam acampados com um golpe de faca. Liana assustada tentou negociar dizendo que seu pai tinha dinheiro e que poderia pagar um resgate. Champinha então teve a ideia de sequestrar a jovem e de matar Felipe em vez de somente roubar e matar na hora. Felipe foi morto por Pernambuco com um tiro na nuca no mesmo dia e local do sequestro. Frustrado em ver que não seria possível levar adiante o pedido de resgate, resolveu ficar com Liana, a qual passou a chamar de "minha namorada". Lianna passou 83 horas e trinta minutos sendo vítima deste menor assassino vivendo um roteiro de brutalidade, violência sexual e insanidade. Depois de preso, Champinha confessou os crimes à polícia, disse que era o mentor do sequestro e afirmou, sem remorso: 'Matei porque senti vontade de matar." "Para conversar com esse sujeito (Champinha), é preciso ter um estômago de aço" - disse na época o delegado Balangio.
 

De família pobre, Champinha estudou até a terceira série do ensino básico. Sua mãe diz que ele era bonzinho e o chamava de “meu neném”. A partir dos 14 anos ele teve convulsões e sem tomar medicamentos saiu de casa, passando a viver nas ruas. Passava o tempo pedindo dinheiro nos semáforos de Embu-Guaçu e prestando serviços a quadrilhas de desmanche e roubo de automóveis. Apesar de nunca ter sido preso antes é acusado de ter matado pelo menos uma pessoa antes do assassinato de Lianna e Felipe. Costumava andar sempre com um facão na cintura e se impunha na vizinhança através do medo. Quando assaltava não levava somente os bens das vitimas, mas ainda costumava fazer roleta-russa colocando a arma na cabeça da vítima e apertava o gatilho. Numa ocasião chegou a cortar o dedo de um comerciante que se recusou a entregar o dinheiro do caixa durante um assalto. Após os assassinatos de Liana e Felipe, Champinha, então com 17 anos, foi colocado interno na Febem, passados três anos – o máximo que um menor pode cumprir – estava instituído o problema, o que fazer com ele? Com 20 anos, um laudo elaborado por psiquiatras da Febem chegou a afirmar que seu comportamento era exemplar. Que ele era um excelente aluno nas aulas normais e de artesanato, que era um rapaz educado e que nunca se meteu em confusões. O laudo terminava afirmando que ele apenas tinha um leve retardamento mental e que foi coagido a cometer os assassinatos. A Vara da Infância e da Juventude não concordou com este laudo da Febem e determinou que fosse feito outro por psiquiatras forenses do Instituto Médico Legal. Este novo laudo chegou a uma conclusão bem diferente do emitido pela Febem, de acordo com os especialistas do IML, Champinha revelou uma personalidade de grande periculosidade sendo incapaz de conviver com a sociedade. Ao saber do novo laudo o Juiz ordenou que ele fosse internado por tempo indeterminado na Clínica Psiquiátrica do Hospital de Tratamento e Custódia, em São Paulo.


Em meio a discussão do que fazer com ele, Champinha fugiu da Unidade 1 do Complexo Vila Maria da fundação onde estava interno. Foi recapturado pela polícia quando estava na casa de uma tia, onde tentava obter dinheiro da mãe e fugir para fora do estado. Champinha foi para a Unidade de Saúde Experimental na Vila Maria, na zona norte da capital paulista. A decisão veio depois que o juiz indeferiu o pedido do governo de São Paulo de transferir o criminoso para Casa de Custódia de Taubaté, onde já esteva Francisco de Assis Pereira, conhecido como "Maníaco do Parque". De acordo com o promotor, interná-lo na Casa de Custódia de Taubaté seria "ilegal", pois ele tinha 16 anos quando cometeu o assassinato do casal Liana e Felipe. “É uma solução paliativa para resolver o problema deste caso. Existe uma determinação desde o ano passado para que ele fosse colocado num local onde houvesse "tratamento psiquiátrico com contenção física”, ressaltou o promotor. A unidade de saúde, em questão é especializada no tratamento de jovens com transtornos de personalidade e foi construído em parceria entre a Secretaria de Saúde e a Fundação Casa.


A presidente da Fundação Casa, Berenice Gianella, afirmou que havia feito o pedido de desinternação de Champinha, pois “Ele já devia ter saído”. De acordo com a mesma, ele não poderia estar mais interno, pois o prazo de internação dele expirou por já ter cumprido os três anos de detenção que é previsto no Eca – Estatuto da Criança e do Adolescente. Com a realização dos exames, que atestaram que ele não possuí condições psicológicas para retornar às ruas. Assim que completou este período de resguardo, o MPSP ajuizou uma ação de interdição civil, alegando que ele não tinha condições psicológicas de retornar à sociedade, estando propenso a cometer crimes novamente. O juiz determinou, então, sua internação hospitalar compulsória na denominada “Unidade experimental de saúde” (UES), criada exatamente para receber indivíduos como Champinha (sendo o primeiro a entrar neste programa). A Unidade Experimental de Saúde (UES) é um equipamento atualmente pertencente à Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, destinado a custodiar, segundo o Decreto que o regulamenta (Dec. nº 53427/2008), “adolescentes e jovens adultos” com diagnóstico de distúrbio de personalidade e alta periculosidade, que cometeram atos infracionais graves, egressos da Fundação Casa e interditados pelas Varas de Família e Sucessões. E mesmo sabendo da periculosidade que ele representa se voltar ao convívio social, ainda tem "defensores" que pleiteiam a saída dele, alegando que ele está em uma "prisão perpétua à brasileira", o que eu queria ver era se estes "defensores da saída" dele, o levariam para casa conviver com seus filhos e netos....fazer o discurso do "coitadismo", eles fazem, mas o levar para o convívio dos seus garanto que não levariam.

 

Elizabeth Metynoski

 

* Fontes de pesquisa:

  • Without Conscience: The Disturbing World of the Psychopaths Among Us (Sem Consciência- O mundo Perturbador dos Psicopatas que Vivem Entre Nós - Dr. Robert Hare, Ed. Artmed - 2013 e entrevista concedida pelo Dr. Robert Hare para revista Veja Ed. 2106 de 01/04/09.

  • The Mask Of The Sanity (A Máscara da Sanidade) - An Attempt of Clarity Some Issues About the so called Psychopathic Personality - 5ª Edição - Augusta /Georgia - Emily S. Cleckley/Hervey Milton Cleckley.

  • Ed. Classificação Internacional de Doenças - CID 10 (OMS 1993) e 4ª Ed. Revisada do Manual de Diagnóstico e Estatística dos Transtornos Mentais (DSM-IV-TK - APA 2002).

  • Revista Superinteressante - Seu amigo Psicopata - 07/06 por Leandro Narloch - Ed. Abril.


 

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